quarta-feira, 23 de maio de 2012

Capítulo 2 – Carol


Capítulo 2 – Carol

Acordei de manhã, já eram mais de 9 horas e eu não queria sair da cama. Não era sono, era nervosismo, pois era o dia em que a lista de aprovados no vestibular da unifesp seria divulgada.
Levantei sem vontade. Depois de um ano de cursinho, e muitas horas de estudo, ainda estava nervosa, eu era insegura e ansiosa, não acreditava que tinha passado. Mesmo assim liguei o computador, acessei o site da universidade e fiz uma careta ao abrir a lista de aprovados. Foi então que vi meu nome! Eu tinha passado! Em psicologia! Na faculdade que eu queria, na cidade que eu queria. Minha vida universitária finalmente ia começar. Comecei a gritar de felicidade. Mas não percebi que meus pais e minha irmã estavam perguntando o que tinha acontecido.
(Carol): Mãe, pai, Má, passei! Consegui! Passei na unifesp, eu vou pra Santos fazer psicologia! Não acredito!
Recebi abraços apertados e parabéns de todos, meus pais me apoiavam e estavam dispostos a me ajudar no que fosse preciso. Mas faltava contar pra alguém, Rodrigo, meu namorado desde o segundo colégio. Peguei o celular e disquei seu número.
(Rodrigo): Alô amor, por que vc ligou tão cedo? Aconteceu alguma coisa?
(Carol): Aconteceu sim, mas quero te contar pessoalmente, posso ir aí?
(Rodrigo): Claro, tô te esperando.
Me despedi e me vesti correndo, nem tomei café, tinha que contar pra ele que tinha conseguido. Rodrigo fazia engenharia elétrica em uma cidade vizinha e, várias vezes tentou me convencer de não entrar pro cursinho e ir direto pra mesma faculdade que ele, mas morar em Santos e fazer uma faculdade tão conceituada era meu sonho.
Cheguei na casa dele e antes que ele me desse um beijo contei:
(Carol): Passei Rô, vou pra Santos fazer psicologia
Ele simplesmente fechou a cara e me respondeu um “hãm” como se não fosse nada importante.
(Carol): O que foi? Não ta feliz por mim?
(Rodrigo): Ah, eu sabia que vc conseguiria, mas é muito melhor vc ficar aqui na nossa cidade comigo e com a sua família. Você vai ter que se virar sozinha com gente que nunca viu na vida, numa cidade cheia de festas e não vai dar certo.
(Carol): Como assim, vc acha que eu perdi um ano da minha vida pra desistir agora? É meu sonho e eu vou, você tem que ficar do meu lado. Se você gosta de mim como sempre falou vai ficar comigo.
(Rodrigo): Eu não vou namorar ninguém a distância. Você tem que escolher se fica aqui comigo ou se vai pra lá badalar.
Olhei pra ele, triste e com muita raiva.
(Carol): Você não pode ta falando sério! Eu não vou badalar, vou estudar, e nos fins de semana eu venho te ver.
(Rodrigo): Eu to falando sério, não vou ficar com vc assim, você tem que decidir se gosta mesmo de mim.
(Carol): Eu gosto muito de você. Mas também gosto muito de mim pra saber que o melhor que eu posso fazer é ir atrás do meu sonho. Eu vou e acabou. Aliás, acabou tudo entre a gente.
Virei as costas e saí, foi quando ouvi a porta bater, fui embora chorando. Eram quase três anos de namoro e ele me trata desse jeito? Eu já tinha tomado minha decisão. Ia sofrer muito sem o Rodrigo, mas não podia desistir por causa dele.
Cheguei em casa, conversei com meus pais. Decidi que a melhor opção era dividir um apartamento com alguma menina. Mas como não conhecia ninguém em Santos decidi colocar um anúncio na página de classificados em Santos no facebook atrás de alguém que dividisse as despesas comigo.
“Procura-se moça para dividir apartamento. Localizado no centro, quarto individual, telefone e internet.  De preferência que também seja estudante”
 


CONTINUUUUUUUUA ~*

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